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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Uma outra história sobre a África


Como afirmou o Ex-Ministro Franklin Martins, ontem no segundo debate "Conversas sobre África", coordenado por Celso Marcondes do Instituto Lula (www.institutolula.org): "Somos africanos, o Brasil tem que entender isso".

Franklin Martins, dando continuidade ao trabalho que iniciou ainda como Ministro da Comunicação Social do Governo Lula e hoje como conselheiro do Instituto Lula, é o criador e apresentador da série de Documentários “Presidentes Africanos”, em exibição nos Canais Discovery Civilization e TV Bandeirante. Um trabalho de altíssima qualidade e de muitas informações, que jamais chegariam ao nosso conhecimento pela mídia tradicional.

Segundo Franklin, pelos dados levantados nos países africanos, saíram da África para outros países mais de 12 milhões de escravos, sendo mais de 4 milhões e 800 mil para o Brasil. Essa mistura Brasil-afrodescendente está no nosso DNA e como afirma Franklin Martins, sabemos mais do Japão do que da África e esse desinformação não é por acaso, faz parte do enorme preconceito ainda existente no país. Não estão incluídos nesses números os escravos mortos e nem os que foram sequestrados. Portanto, avalia-se um número muito maior. 

Ainda segundo ele, existem muitas Áfricas, muitas delas com alto grau de desenvolvimento econômico e social, porém ainda com pelo menos 20% da população, em estado de alta vulnerabilidade social. O Brasil é tido pelos africanos como a África que deu certo, enfatizado pelos resultados dos últimos dez anos de governo. 

Aproveitando essa conversa sobre a África, gostaria de comentar um trabalho que me chamou a atenção. Trata-se do trabalho realizado, sob a coordenação de Natanael dos Santos e sediado no Hotel Solar das Andorinhas em Campinas. O trabalho é centrado em duas modalidades:

O primeiro é o da Editora & Gráfica África Brasileira, com livros bem elaborados, inclusive um deles com leitura magnética para pessoas com deficiência  visual e o segundo a Aula Dramatizada Minha África Brasileira, onde um grupo de teatro interpreta a história da África no Brasil para alunos de diversos anos.

Segundo seu criador, a CIA Liberdade de Teatro, hoje também Editora & Gráfica África Brasileira, tem como propósito desenvolver e editar obras que garantam a singularidade e identidade para a inserção e conhecimento da história do negro no currículo das escolas brasileiras, em como obras que contribuam para acessibilidade.

“As obras de autoria de Natanael dos Santos – nosso autor destaque – foram criadas a partir de pesquisas cientificas e uma constante busca pela inserção do negro no contexto social, de forma a evidenciar suas contribuições culturais e tecnológicas em nossa sociedade, em defesa de que NÃO EXISTE PRECONCEITO E SIM FALTA DE INFORMAÇÃO e QUE AS NOSSAS DIFERENÇAS NÃO FAÇA A MENOR DIFERENÇA”.

“Os desafios da educação brasileira, na sua dimensão de qualidade, serão superados juntamente com as escolas, valorizando as diferenças e nunca se transformando num ambiente de reprodução das desigualdades sociais. A garantia do direito de aprender tem que ser democraticamente igual para todos".

Imagino ser uma boa pedida para as Escolas em geral, principalmente com referência à Semana da Consciência Negra e seu dia comemorado em 20 de novembro.



“Eu odeio o racismo, pois o considero uma coisa selvagem, venha ele de um nogro ou de um branco” – Nelson Mandela.


Antonio Lopes Cordeiro
Pesquisador em Gestão Pública e Social
Laboratório de Gestão e Políticas Públicas - Fundação Perseu Abramo

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